Thursday, 3 April 2008

.?

Após uma longa conversa, alguém me perguntou:


" Pelo que esperas tu?
Porque é que ainda esperas?
Será que o teu esforço não estará a ser em vão?
Será que o teu esforço é merecido?
Deveria este ser teu? "


Olhei para o infinito das estrelas.
(na esperança inútil de uma resposta, provavelmente)
Pensei. A minha cabeça estava a mil. Pensei. Senti uma picada angustiante no coração. Pensei mais um tempo.
Respirei fundo. Suspirei.
Olhei para baixo.

Eis a minha resposta:












































































(silêncio)

Thursday, 27 March 2008

. SOS Balão


Sinto-me um balão cheio de ar.
No entanto, sinto que estou a perder esse ar devagarinho,
lentamente,
vagarosamente,
pausadamente,
calmamente,
paulatinamente.


Sei que, a mais pequena agulha vai rebentar comigo.
E sei que o tempo vai acabar por me tirar todo o ar que me resta.


Qual será a solução?

Será acabar de vez com tudo, e rebentar o balão?
Será ir enchendo, à medida que vai esvaziando?
Será esperar (em vão) que rajadas de vento, de vez em quando, me encham milimétricamente?

Ou será simplesmente deixar que o tempo trate de tudo, até que me torne num balão vazio?

Wednesday, 26 March 2008

. Não Sou



Não sou comida.
Não sou alimento.
Não sou pão que dura cerca de três dias!
Não sou lata de conserva, que dura fechada. Dura e dura. Mas até essa tem prazo de validade.
Melhor, não sou tipo lata de salsicha que se abre, tira-se uma e logo de seguida se coloca no fundo, bem lá no fundo do frigorífico. Aberta. De vez em quando se vai buscar mais uma. E outra.
Até que fica esquecida. A estragar, porque nem no frio se dura eternamente. E ainda, com montes de comida á frente que ajudam a deixar cair no esquecimento.

A estragar no tempo.
Perdida no tempo.
Esquecida no tempo.

Até que alguém se lembra:
"AH as salsichas!", e quando se vai a ver já não estão comestíveis.
O que acontece a seguir?
Vão para o lixo.

Se por acaso for (ou me considerarem) salsicha, ao menos que seja da marca Nobre.







Nini e Rita : O b r i g a d o .

Saturday, 22 March 2008

. Olhar as Estrelas


Porque olhar as estrelas Daquela maneira voltou a ter sentido.
Porque Aquele Abraço voltou mais forte e sentido que nunca.
O frio parecia não existir.
O tempo? Esse parou por momentos.
As respirações eram sentidas.
As estrelas pareciam mais brilhantes.
As palavras pouco importavam.

Voltámos ao Nosso Refúgio. As mãos enlaçaram-se.
Parecíamos Nós.


Metade Maior

Thursday, 6 March 2008

Meu, Teu, Nosso

O que é meu, é teu, enquanto outro, sejas tu quem fores, representes tu o que representares, tornando o que é meu, e teu também, algo nosso?

Tuesday, 26 February 2008

Começo a conhecer-me. Não existo .

Começo a conhecer-me. Não existo.
Sou o intervalo entre o que desejo ser e o que os outros me fizeram, ou metade desse intervalo, porque também há vida ...
Sou isso, enfim ...
Apague a luz, feche a porta e deixe de ter barulhos de chinelos no corredor.
Fique eu no quarto só com o grande sossego de mim mesma.
É um universo barato.

Friday, 15 February 2008

. Saudade


Tenho saudade.
Tenho saudade de olhar as estrelas Daquela maneira. Pensar que era tudo Nosso. Pensar que era o Nosso refúgio, onde as juras eram feitas. Pensar que o tempo parava, mas na verdade, andava ainda mais depressa. Não sentir frio, sentir o calorzinho do Abraço, Daquele Abraço nunca esquecido.

Saudade de Tanto e de Tudo .

. Saudade

Tuesday, 12 February 2008

Memórias .

Agarro numa folha de papel e tento escrever.

Imagens desfocadas, ideias confusas, vultos sem forma a apoderarem-se duma simples folha de papel. Malditos. Onde pára a imaginação? Confusa com esta estranha dança de indigentes, de ideias por formular? Provavelmente.

Então, poiso a folha de papel. Descanso a cabeça. Alguns minutos apenas. Porque depois volto a tentar. Sucessivas tentativas falhadas. Às vezes acontece. E voltam a surgir as imagens desfocadas, as ideias confusas, os vultos sem forma. A imaginação volta a escapar-me entre os dedos, como água que corre sem controlo. Às vezes acontece.

Rasgo a folha de papel e tento sentir.

Histórias sem sentido, emoções sem fundamento, motivos sem lógica a apoderarem-se dum simples pensamento. Malditos. Onde pára a concentração? Perdida com esta estranha mescla de visualizações, de sensações por compreender? Provavelmente.

Então, agarro noutra folha de papel. Descanso a alma. Alguns minutos apenas. Porque depois volto a tentar. Sucessivas tentativas falhadas. Às vezes acontece. E voltam a surgir as histórias sem sentido, as emoções sem fundamento, os motivos sem lógica. A concentração volta a fugir-me, como vento pelo corpo, como vento que anda sem sentido. Às vezes acontece.

Deixo a folha de papel de lado, e tento me lembrar. Tento-me lembrar de mim, do que sou, do que me define. Pode ser que ajude.

Monday, 11 February 2008

Sometimes You Can't Make it On Your


Tough, you think you’ve got the stuff
You’re telling me and anyone
You’re hard enough

You don’t have to put up a fight
You don’t have to always be right
Let me take some of the punches
For you tonight

Listen to me now
I need to let you know
You don’t have to go it alone

And it’s you when I look in the mirror
And it’s you when I don’t pick up the phone
Sometimes you can’t make it on your own

We fight all the time
You and I… that’s alright
We’re the same soul
I don’t need… I don’t need to hear you say
That if we weren’t so alike
You’d like me a whole lot more

Listen to me now
I need to let you know
You don’t have to go it alone

And it’s you when I look in the mirror
And it’s you when I don’t pick up the phone
Sometimes you can’t make it on your own

I know that we don’t talk
I’m sick of it all
Can you hear me when I sing
You’re the reason I sing
You’re the reason why the opera is in me

Where are we now?
Still got to let you know
A house still doesn’t make a home
Don’t leave me here alone

And it’s you when I look in the mirror
And it’s you that makes it hard to let go
Sometimes you can’t make it on your own
Sometimes you can’t make it
The best you can do is to fake it
Sometimes you can’t make it on your own .

Tuesday, 5 February 2008

The Scientist

Come up to meet you,
Tell you I'm sorry
You don't know how lovely you are
I had to find you,
Tell you I need you
And tell you I set you apart
Tell me your secrets,
And ask me your questions
Oh let's go back to the start

Running in circles, coming tails
Heads on a silence apart

Nobody said it was easy
It's such a shame for us to part
Nobody said it was easy
No one ever said it would be this hard
Oh take me back to the start

I was just guessing at numbers and figures
Pulling the puzzles apart
Questions of science, science and progress
Do not speak as loud as my heart
And tell me you love me,
Come back and hold me
Oh and I rush to the start

Running in circles, Chasing tails
Coming back as we are

Nobody said it was easy
Oh it's such a shame for us to part
Nobody said it was easy
No one ever said it would be so hard
I'm going back to the start

Wednesday, 23 January 2008

Adeus

"..
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
Gastámos as mãos á forca de as apertarmos,
..
Antigamente tinhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
..
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possiveis.
..
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros. "




Faz sentido.
Faz sentido não fazer sentido.
E não faz sentido fazer sentido.
Faz.

O tempo rouba-nos tudo.
E o tempo vem, de mansinho, e até a coragem nos rouba.
Rouba porque também o mundo a quis tirar.
E tirou porque acreditar já não tem valor.
Não tem.. porque tu não quiseste.

Tenho dito.

Joana Duarte

Sunday, 20 January 2008

O Verdadeiro Gesto do Amor

Aquilo que de verdadeiramente significativo podemos dar a alguém é o que nunca demos a outra pessoa, porque nasceu e se inventou por obra do afecto. O gesto mais amoroso deixa de o ser se, mesmo bem sentido, representa a repetição de incontáveis gestos anteriores numa situação semelhante. O amor é a invenção de tudo, uma originalidade inesgotável.
Fundamentalmente, uma inocência.

O que somos NÃO É

Mas há momentos, nunca o pensaste?, há momentos em que tudo se nos abisma até à fadiga. O desânimo sem fundo. A vertigem para lá de qualquer significação. Nós somos o artifício de nós. Mas é aí que construímos a legitimação de se existir. Somos duplos do que somos e por baixo da camada que nos torna plausíveis há uma outra realidade que revela o plausível em ficção. O que somos não é. O que somos é o que resta depois de tudo se dissipar. O falso de nós é que é verdadeiro. Ou ao contrário, não sei.


Vergílio Ferreira, in 'Pensar'

Saturday, 12 January 2008

Três Metros Acima do Céu

" (...)

Fracas ondas da corrente acariciam-lhe o rosto e pequenos esguichos chegam-lhe à boca. Apetece-lhe rir. Mais acima, nuvens prateadas mexem-se lentamente no azul infinito. Levanta a cabeça. Agarra nos seus ombros fortes e beija-a com paixão. Ele olha para ela nos olhos. Passa lhe uma mão pela testa e, tocando levemente no seu cabelo, põe-lho para trás , descobrindo assim a sua cara macia.(...)Aquele mar prateado, as mimosas amarelas, os arbustos verde-escuros, aquela casa solitária nos rochedos. A casa dela, a casa dos seus sonhos. E ela está ali, com ele, e não está a sonhar. Step abraça-a.
- Estás feliz? – Ela faz sinal que sim com a cabeça. Abre os olhos. Húmidos de lágrimas pequenas transparentes, sonhadores e brilhantes de amor, lindíssimos. Ele olha para ela.
- O que foi?
- Tenho medo.
- De quê?- De nunca mais estar assim tão feliz na minha vida...

(…)

Sentados numa rocha, vestidos dos roupões de Amarildo e Sigfrida olham a sonhar para os milhares de estrelas por cima deles, para a lua, a noite, o mar, escuro e calmo.
- É lindíssimo.
- É a tua casa, não é?
- És maluco!
- Eu sei!
- Estou feliz. Nunca estive tão bem em toda a minha vida. E tu?
- Eu? – Step abraça-a com força. – Estou óptimo.
- Quase podes tocar com o dedo no céu.
- Não, assim não.
- Assim não, porquê?
- Estou muito mais acima. Pelo menos três metros acima do céu.

(…)

Nem consegue acreditar. Lá em cima, muito mais acima do que as outras, inapagável . Ali esta, no mármore frio, azul como os seus olhos, linda como sempre desejara. O seu coração começa a bater com força. Durante uns segundos, pensa que toda a gente a pode ouvir, pode ler aquela frase, exactamente como o está a fazer ela. Está ali, no alto, inatingível. Ali onde só podem chegar os namorados: «Eu e tu… Três metros acima do céu.»

(…)

Muito devagar, a moto dá a volta. Está na hora de ir para casa. Está na hora de recomeçar, devagar, sem saltos do motor. Sem pensar de mais. Com uma única pergunta. Será que um dia voltarei a chegar lá acima, àquele sítio tão difícil de alcançar? Ali, onde tudo parece mais bonito. E no instante em que faz a pergunta, infelizmente, já sabe a resposta. "


Eu alcancei! E de lá não quero sair! @

Tuesday, 18 December 2007

More Than Words


More than words .